29.6.13

#5 Resenha - Persépolis

Nome: Persépolis
Editora: Cia das letras
Autora: Marjane Satrapi
Páginas: 352
Lido em: 27/07/12

Sinopse: Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.
O livro contra a história de Marjane, uma garota que tem vários sonhos a realizar. Sonhos variados, como o de de ser Profetiza. Marjane tem pais que são muito inteligentes, sabem o que defendem politicamente e estão sempre tentando sanar as dúvidas da garotinha Marjane.
A garota, tão nova vive uma época difícil, onde religiosos extremistas querem dominar as relações sociais. Obrigam as crianças a vestirem véu, a se comportarem de maneiras diferenciadas. Isso faz nascer em Marjane e seus amigos uma vontade de serem revolucionários. Mas sem saber como vão fazer isso, acabam trocando ideias estranhas - o que traz humor ao livro que é tão sério, e que NÃO é indicado para menores. 
Os pais de Marjane a amavam, e tinham todo cuidado de proteger a filha,  tanto da política, quanto das guerras e constantes conflitos que mataram muitas pessoas. Então a enviam para outra cidade, lá ela passa por situações mais a ver com a adolescência. A autora não esconde nada da vida de Marjane. Confesso que essa parte do livro é um tanto clichê e chata.

Ela descreve perfeitamente seu país na época e tudo o que acontecia, Marjane tentou retratar ao máximo todas as torturas, guerras, confusões e conflitos que aconteciam em seu país através de simples imagens em preto e branco, mas que não tiram o valor do livro. Esse livro me deixou em algumas partes meio confuso, me fez voltar em algumas páginas para tentar entender o que estava acontecendo. As vezes, eu sanava a dúvida, mas as vezes não conseguia. E para não perder tempo, eu avançava.

O livro me deixou triste em algumas partes, Marjane demonstrava seu sentimento de uma forma muito interessante. Muitas de suas frases são frequentemente vistas em redes sociais - Mas eu ri bastante em algumas cenas, como por exemplo a que ela decide ser punk e se rebelar contra todos; ela anda com tênis da nike, compra fitas contrabandeadas e vira fã de Iron Maiden e Michael Jackson.

Durante a leitura, eu esqueci completamente que era um livro biográfico e pensei a todo instante que Marjane era uma personagem fictícia, e que tudo aquilo era inventado. Mas não, a ficha caiu, tudo aconteceu como está no papel. Fiquei voando, pois os absurdos que o livro retrata são coisas inimagináveis, mas o que esperar de nós seres humanos? Se uma mulher bebesse coca-cola no meio da rua poderia ser confundida com uma prostituta. Sério. Ou um canal de televisão transmitindo a seguinte frase: "o cabelo das mulheres contém raios que excitam os homens; elas devem escondê-lo!" - Muitas piadas inteligentes são feitas durante o livro. Algumas por crianças, e outras por adultos. Confesso que a das crianças sempre foram melhor!

O que mais chamou-me a atenção foram as imagens fortes que o livro traz, e em segundo, o livro mostra muito como a religiosidade aprisiona as pessoas, em terceiro a inocência das crianças em relação a um tema tão polêmico e complexo quanto este.
Persépolis divulga bastante a cultura do Oriente médio, ótimo para quem quer conhecer os costumes. 

Nota super positiva ao livro, e repito: o livro não é indicado para menores.